Especial “Histórias de Mãe”: Dona Aparecida

A maternidade pode ser demonstrada de diversas formas. Como tema deste terceiro conteúdo especial em celebração ao Dia das Mães, a Samantha, de 31, e a Dona Aparecida, de 93 anos, nos contam um pouquinho sobre como sua relação inicial de neta e avó se transformou na de filha e mãe. Confira a entrevista abaixo:
Hoje, a Dona Aparecida é uma verdadeira mãe para a Samantha. Como vocês construíram essa relação?
Samantha: Eu morei praticamente a vida inteira com a minha avó. Meus pais morreram quanto eu tinha três anos de idade, então eu fui literalmente criada como filha por ela e por meu avô. Criamos um laço afetivo muito forte e, há sete anos, quando meu avô faleceu, essa ligação ficou ainda mais intensa.
Dona Aparecida: Eu cuidei da Samantha desde que a mãe dela morreu. Não tenho muito o que dizer, a Samantha sempre foi uma menina ótima. Tive nove filhos, e ela foi a minha décima filha. Há pouco mais de um ano ela saiu de casa, coisa que eu não gostei muito, mas também acho que ela tem que viver a vida dela, por isso fico feliz. A gente se vê sempre, ela vem me visitar e eu vou visitá-la. Eu me sinto abençoada por ter cuidado da Samantha.
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Quando vocês perceberam que tinham se transformado em mãe e filha?
Samantha: Para mim, foi algo que aconteceu logo quando minha mãe morreu. Eu chorava e pedia minha mãe o tempo todo. A minha avó, que sempre odiou praia, biquíni, tinha medo mesmo, a única coisa que ela pensou para tentar me dar ao menos algumas horas de felicidade foi me levar à praia, e ela fez isso. Para ela foi um sacrifício, tenho certeza, mas também foi a demonstração de todo amor de mãe que ela sente por mim. Até hoje é uma das únicas lembranças de infância que eu tenho.
Dona Aparecida: Quando ela veio viver comigo, eu percebia como ela ficava triste. O Dia das Mães, então, era muito sofrido para ela. A Samantha ficava perguntando “cadê minha mãe?”, repetidamente. Até que eu disse “eu sou sua mãe agora”. E foi basicamente isso. De todos os filhos que nasceram de mim, a Samantha, que é filha da minha filha, parece que é um pedaço de mim.
Quando vocês moravam juntas, como era a sensação de estar em casa? O que mudou quando a Samantha foi morar em outro lugar?
Samantha: Quando eu me mudei da casa da minha avó, comecei a estranhar, me sentir muito sozinha. Precisei me acostumar novamente. Na casa da minha avó, era sagrado, todos os dias, ela acordar antes de mim e fazer o café, preparar o almoço, entre outras coisas. São detalhes que mostram o quanto fui bem cuidada por ela. Agora é a minha vez de retribuir todo esse carinho e cuidado.
Dona Aparecida: Hoje eu me sinto satisfeita por ter criado a Samantha tão bem, sabendo que ela está feliz e bem. Eu tinha preocupação por conta do histórico – já que ela perdeu os pais tão cedo, o pai em situação violenta –, o que podia ter gerado muitos efeitos negativos. Mas o que aconteceu foi o contrário: com tanto carinho e proteção, o que era para ser uma história triste se tornou uma história de amor.
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